sexta-feira, abril 18, 2008

Encontramo-nos lá…


Ao chegarmos ao recinto recheado de fãs, arrastas-me para o meio da multidão. Colocaste os braços à volta da minha cintura - “assim ficamos melhor”, segredaste ao meu ouvido. Sinto-te respirar no meu pescoço enquanto me dizes isso, instantaneamente um arrepio percorre o lado direito do meu corpo. Fico com os pêlos dos braços eriçados, não se acalmam depois de encostares os teus lábios à minha pele. O concerto principia e ainda não apoiamos os nossos lábios uns nos outros. Esperamos que chegue a melodia certa para o fazer. Enquanto isso vou mexendo as minhas ancas ao som que me chega aos ouvidos, sempre com os teus braços a envolver-me o corpo, a apertar-me contra o teu, nem o calor que se fazia sentir, te afastava de mim. Chegou a melodia esperada, já antevia que fosse naquela que me fosses pedir para te oscular levemente os teus lábios. Continuamos a respirar a música que vinha do palco. Entoavas as letras das músicas e vibravas com os inícios dos acordes das tuas preferidas. Ao terminar com bolas de sabão, previa eu o carinho que tinhas demonstrado naquelas três horas fosse rebentar exactamente como as bolas translúcidas, que reflectiam as cores brilhantes das luzes que pendiam do tecto, o faziam. Mas não… A noite continuou. Chegamos ao carro e levaste sempre a tua mão sobre a minha. Passei o resto da noite a procurar tocar levemente a tua pele, procuraste a minha também? Era isso que fazias ao tocar a minha perna? Ao apoiares a tua mão nas minhas costas? Fechamos a noite embrulhados um no outro, as pernas emaranhadas, as mãos descobriram finalmente a posição que procuraram a noite inteira. E dormimos, dormimos pela exaustão do dia, e sucumbimos ao cansaço com os corpos fincados um no outro. Até uma próxima viagem…

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