No antes de agora, eu nutria uma empatia com os jornalistas, achava que o trabalho era o de informar as pessoas e que então perdoava alguma reportagem mais absurda tipo "quantos iogurtes de morango com pedaços come por dia?" ou "Mete o rolo de papel higiénico para um lado ou para o outro?" ou "o que acha do preço do quilo de algodão no Paquistão?" e outras coisas que não interessam a ninguém. ALIÁS era pessoa para chamar de besta aos entrevistados quando respondiam de forma seca.
Mas isso era no antes. Quando eu ainda não tinha um espírito crítico e comia tudo que me punham à frente. Agora, no depois do antes, tenho para mim que o jornalista que se lembra de fazer reportagens sobre o São João e está numa varanda com um grupo de gajos bem bebidos com uma vista espectacular sobre o Douro e tente fazer perguntas a sério do tipo "Quantas sardinhas vai comer hoje?", tenho vontade, e para tal tenho que me controlar, de projectar o controlo remoto em direcção à caixinha mágica.
É isto que temos?
Eu sei que tinha mais alguma coisa para dizer, mas no agora, o depois do já, tenho que acabar os desenhos técnicos para ir entregar a minha tese na segunda-feira e ir dormir porque estou de directa desde quinta-feira.
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