
O fim da tarde traz consigo o crepúsculo da noite. Aos poucos, a luz do dia vai-se camuflando atrás da linha descontínua e retorcida do horizonte. Com o chegar fininho da noite, os sentidos ficam em alerta! Aquilo que a escuridão esconde tão bem, atiça a audição. Com o mínimo murmúrio, a pele fica arrepiada, o coração bombeia com mais entusiasmo. É assim que me deixa a noite. Rabisco, desenho, projecto, rasgo, e repito tudo de novo. Até estar tão cansada que dói a cabeça, dói as costas, dói o corpo esgotado por ter poucas horas de repouso. No laptop tenho a passar as composições de Van der Budenmayer. Uma recente descoberta despoletada pelo filme Trois couleurs: Rouge. O som suave ajuda a chegar o sono. A minha batalha… Ah, que batalha esta por não querer fechar os olhos, por não querer sonhar! Como é horrível adormecer e não repousar… Ao acordar no alvoroço de mais um “sonho” acabo por me sentir ainda mais esgotada. Moída por estar a fugir, procurar um sítio onde me possa esconder. We can always run, we just can’t ever hide can we? É o teu toque que me faz falta! É das palavras que tenho saudades! Oh que palavra essa! Volto para o lado e não estás ali, não estás lá para me enlaçares e dizer que vai ficar tudo bem. Não estás lá para passar a mão na minha face. Foste embora… Não me disseste sequer o porquê. Não durmo mais voltada para aquele lado. Não há lá nada para mim. O calor do teu corpo já desapareceu dos lençóis, o perfume do teu pescoço já não mora ali. Volto a fechar os olhos, penso em estrelas, flores, cookies, algodão doce, tudo que me absorva e me faça ter sonhos cor-de-rosa! Não faz mal, não tarda o despertador toca, levanto, e se ainda tiver forças, I slap a smile on my face, só para evitar os interrogatórios do costume e começo mais um dia com esperanças que logo me ajudes a dormir….
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